Carlos Lupi pede demissão do Ministério da Previdência em meio a escândalo no INSS

Ministro deixa o cargo após pressão por fraudes bilionárias em benefícios de aposentados; Wolney Queiroz é o novo titular da pasta

Reprodução/Instagram

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão nesta sexta-feira (2) após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão ocorre em meio ao escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que revelou descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, totalizando R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

Em publicação nas redes sociais, Lupi afirmou que seu nome não foi citado nas investigações em curso e destacou que todas as apurações foram apoiadas desde o início por ele e pelos órgãos de controle do governo. Ele agradeceu ao presidente pela confiança e oportunidade.

A saída de Lupi ocorre após denúncias de que associações e sindicatos realizavam descontos em folha de pagamento de aposentados sem autorização, por meio de convênios com o INSS. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) identificaram que, em muitos casos, as assinaturas dos beneficiários eram falsificadas.

Apesar de não ter sido diretamente implicado nas fraudes, Lupi foi alertado sobre irregularidades em junho de 2023, mas teria demorado a tomar providências. Atas de reuniões do Conselho Nacional da Previdência Social mostram que o ministro considerou a solicitação relevante, mas alegou necessidade de um levantamento mais preciso antes de agir.

O presidente Lula nomeou o ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da Previdência, para assumir o ministério. A exoneração de Lupi e a nomeação de Queiroz foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União ainda nesta sexta-feira.

O escândalo também resultou na saída do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, substituído por Gilberto Waller Júnior, procurador federal indicado por Lula. A oposição protocolou pedidos para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes.

O governo anunciou que os valores descontados indevidamente serão restituídos aos aposentados e pensionistas afetados. A Advocacia-Geral da União (AGU) foi acionada para processar as entidades envolvidas e garantir o ressarcimento.

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