Procedimento considerado um dos mais complexos desde o atentado de 2018.

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Não é a primeira vez que o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta complicações de saúde ligadas ao atentado a faca que sofreu em 2018. Na noite do último domingo (13), ele passou por uma cirurgia de emergência em Brasília para tratar uma suboclusão intestinal — obstrução parcial causada por aderências formadas após múltiplas cirurgias anteriores. O procedimento durou 12 horas e foi considerado um dos mais complexos já realizados em Bolsonaro, segundo os médicos que o acompanham.
Internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde então, o ex-presidente não tem previsão de alta. De acordo com o cardiologista Leandro Echenique, o pós-operatório é delicado e exige cuidados intensivos. “Essas próximas 48 horas são cruciais”, explicou o médico, alertando sobre os riscos comuns após cirurgias longas, como infecções, tromboses e complicações respiratórias.
Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica, detalhou que o intestino delgado do ex-presidente apresentava uma dobra que bloqueava parcialmente a passagem, exigindo uma extensa lise de aderências e reconstrução da parede abdominal. “Era um abdome hostil”, definiu Birolini, referindo-se às várias intervenções anteriores que dificultaram ainda mais o procedimento.
Apesar da complexidade da cirurgia, os médicos afirmam que não houve intercorrências durante o procedimento e não foi necessária a transfusão de sangue. Bolsonaro acordou consciente e conversando com a equipe na manhã de segunda-feira (14). “Já fez até uma piadinha”, comentou o cardiologista, sinalizando uma recuperação inicial positiva.
A equipe médica, no entanto, foi categórica ao afirmar que a recuperação será lenta. Não há previsão para que Bolsonaro volte a se alimentar por via oral, e o intestino precisa “descansar” antes que outras etapas sejam iniciadas. “Não tenham grandes expectativas de uma evolução rápida”, alertou Birolini.
Mesmo após a cirurgia considerada bem-sucedida, os especialistas não descartam novas intervenções no futuro. As aderências, segundo o cirurgião, voltam a se formar naturalmente, principalmente em pacientes com histórico como o de Bolsonaro. “Eu espero que não precise, mas não posso falar que o problema está resolvido”, explicou.
A família também tem mantido cuidados especiais. As visitas estão restritas, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro agradeceu o apoio nas redes sociais. “Meu coração transborda de gratidão a cada um de vocês que tem orado, enviado mensagens e intercedido pelo meu amor”, escreveu.
Pelas redes, Bolsonaro também se manifestou nesta segunda. “Estou me recuperando de mais uma cirurgia… essa já é a sexta relacionada ao atentado que sofri em 2018. A recuperação exige cuidados intensivos e será gradual. Um forte abraço em cada um e repito: voltaremos!”, publicou.
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