CEO da OpenAI revela que treinar a inteligência artificial para ser educada e útil é um dos processos mais caros da empresa — e pode ficar ainda mais complexo com a personalização

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A OpenAI, empresa responsável pelo desenvolvimento do ChatGPT, revelou que tornar a inteligência artificial mais gentil, educada e colaborativa não é apenas uma questão de engenharia de software — é também um desafio caro. Durante um evento recente, o CEO Sam Altman afirmou que uma das partes mais dispendiosas da operação da empresa é, justamente, o processo de ensinar o modelo a se comportar de maneira respeitosa com os usuários.
Como o ChatGPT aprende a ser educado?
A afirmação pode surpreender à primeira vista, mas faz sentido quando se observa o que está por trás das respostas polidas e empáticas do ChatGPT. A tecnologia empregada para treinar o modelo a ser “legal” com os usuários vai muito além de programação: envolve uma técnica conhecida como Refinamento com Feedback Humano (RLHF, na sigla em inglês), que exige uma quantidade massiva de dados avaliados por pessoas reais.
Esses colaboradores humanos analisam e classificam diferentes respostas do modelo com base em critérios como utilidade, clareza, polidez e alinhamento com valores sociais. Com base nessas análises, os algoritmos são ajustados para aprender quais tipos de interações são mais adequadas. O processo, embora eficiente, demanda tempo, profissionais especializados e infraestrutura de ponta — o que gera custos elevados.
Evitar erros custa ainda mais
Além da gentileza, o refinamento também visa evitar respostas ofensivas, preconceituosas ou factualmente incorretas, o que amplia ainda mais a complexidade do treinamento. Cada nuance do comportamento da IA é cuidadosamente calibrada para equilibrar liberdade de expressão, segurança e utilidade, o que se tornou uma verdadeira obsessão dentro da OpenAI.
Próximo passo: personalização
Altman adiantou ainda que a empresa trabalha em uma nova etapa de desenvolvimento que permitirá maior personalização das interações com a IA. Em breve, os usuários poderão ajustar o tom e o estilo do ChatGPT conforme suas preferências — algo que pode revolucionar a forma como nos relacionamos com assistentes digitais.
Com milhões de interações diárias, manter o ChatGPT agradável para todos é um trabalho constante — e caro. Mas, segundo a OpenAI, esse é um investimento necessário para tornar a tecnologia mais útil, segura e confiável para o público em geral.