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Trump recua parcialmente, mas tarifaço de 50% atinge carnes, café e autopeças

Exceções aliviam impacto para setores como aviação, suco e laranja; Brasil negocia resposta diplomática

Créditos: Brendan Smialowski/AFP

O governo dos Estados Unidos anunciou na noite de terça-feira (30) a imposição de novas tarifas sobre produtos importados do Brasil, como parte de uma medida de proteção ao mercado americano. O tarifaço, que prevê sobretaxas de até 50%, começa a valer entre os dias 1º e 6 de agosto e afeta importantes setores da economia brasileira, apesar de ter poupado algumas áreas estratégicas.

A medida pegou o mercado de surpresa, mas veio acompanhada de uma lista com cerca de 700 produtos isentos da nova tarifa. Foram excluídos itens como laranja in natura, suco de laranja, aviões civis e componentes da Embraer, além de combustíveis, minério e fertilizantes — o que trouxe alívio parcial ao setor agroexportador e à indústria.

Por outro lado, a nova tarifa de 50% será aplicada a produtos como café em grão, carnes bovina e suína, frutas tropicais, calçados industriais e autopeças. Especialistas avaliam que esses segmentos devem enfrentar perda imediata de competitividade, principalmente em estados como Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

A Casa Branca justificou a decisão com base na “emergência nacional” e na necessidade de reequilibrar as relações comerciais, alegando que o Brasil teria adotado práticas desleais e medidas de censura que afetam empresas e plataformas digitais dos EUA.

“Essas tarifas não têm caráter punitivo, mas buscam reequilibrar as condições comerciais”, disse um porta-voz da presidência americana.

Nos bastidores, diplomatas dos EUA relacionaram a medida ao caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando perseguição política e restrições à liberdade de expressão conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal.

Reação brasileira e política

O governo brasileiro optou por um tom cauteloso. O Itamaraty afirmou que busca reverter parte das medidas por meio do diálogo:

“Estamos trabalhando diplomaticamente para demonstrar que o Brasil continua sendo um parceiro confiável”, disse uma fonte da chancelaria.

Fontes próximas à equipe econômica apontam que a exclusão de produtos estratégicos foi resultado de uma atuação intensa do governo brasileiro para mitigar os danos.

Parlamentares e líderes partidários também reagiram. O presidente do MDB, Baleia Rossi, considerou a medida um alerta para a dependência comercial do país. Luciana Santos (PCdoB) defendeu mais proteção ao produtor nacional, enquanto o senador Ciro Nogueira (PP) pediu uma resposta diplomática firme. Já o presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a postura unilateral dos EUA e prometeu que o governo Lula agirá para preservar empregos e a indústria brasileira.

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