Ação de bolsonaristas buscou impedir andamento dos trabalhos legislativos e reforçar discurso de perseguição política

Créditos: reprodução / redes sociais
O Congresso Nacional amanheceu nesta quarta-feira (6/8) com parte de suas estruturas ocupadas por parlamentares da oposição. O gesto mais simbólico do protesto ocorreu no Senado: deputados e senadores utilizaram correntes e cadeados para se prender fisicamente à mesa diretora, em uma tentativa de obstruir os trabalhos e chamar atenção para o que chamam de censura e perseguição política no país.
O movimento foi coordenado por integrantes da base bolsonarista e teve como principais alvos o Supremo Tribunal Federal e o ministro Alexandre de Moraes. Entre as exigências dos manifestantes estavam o impeachment de Moraes, a votação de uma proposta de anistia a manifestantes presos e uma suposta reação institucional contra medidas judiciais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A ação contou ainda com a permanência dos parlamentares no plenário durante a noite, dormindo em colchonetes improvisados. Nas imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver correntes presas à estrutura da mesa do Senado e deputados exibindo cadeados em sinal de resistência.
A movimentação começou ainda na noite de terça-feira (5/8), após decisões do Supremo que restringiram contatos de Bolsonaro com aliados e mantiveram medidas cautelares no inquérito que investiga suposta tentativa de golpe. A oposição então iniciou o protesto alegando “estado de exceção” e bloqueando simbolicamente os espaços de decisão legislativa.
A segurança da Câmara e do Senado foi reforçada. A Polícia Legislativa acompanhou a movimentação e registrou a ocorrência, mas até o momento não houve confronto físico nem medidas disciplinares anunciadas contra os parlamentares envolvidos.