Ato de deputados e senadores bolsonaristas é contra a prisão de Jair Bolsonaro

Créditos: José Cruz / Agência Brasil
Deputados e senadores da oposição ocupam desde terça-feira (5) os plenários do Congresso em protesto contra a prisão de Jair Bolsonaro e em defesa de uma anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. O grupo organizou revezamentos para manter presença contínua no local.
A ação tem sido chamada de “obstrução” pelos parlamentares oposicionistas, mas não se enquadra nos mecanismos regimentais previstos para atrasar votações. A ocupação física das Mesas Diretoras, segundo a definição do Congresso, está fora das normas e impede o funcionamento regular das sessões.
Presidente da Câmara em exercício, Hugo Motta chegou a cancelar sessões na terça-feira, e uma reunião com lideranças das Casas foi convocada para tentar encerrar o impasse. Uma sessão solene internacional sobre clima teve de ser transferida de local por causa do bloqueio nos plenários.
No Senado, Magno Malta (PL-ES) se acorrentou à mesa da Casa e permanece no local desde a manhã de terça. A oposição também divulgou um “pacote de paz”, com propostas como o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Parlamentares da base do governo reagiram com críticas à ocupação. Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou o ato como inaceitável, comparou-o ao 8 de janeiro e acusou o grupo de “chantagem contra o país”. Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou que os protestos colocam interesses de uma família acima da democracia.
Deputados governistas pedem que os responsáveis sejam punidos pelo Conselho de Ética por descumprirem o regimento e atrasarem votações importantes. Segundo eles, a tentativa de forçar a pauta da anistia, já rejeitada por lideranças, não pode paralisar os trabalhos da Casa.