Senador defende indulto a aliados e diz que eventual presidente terá de reagir ao STF
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A entrevista do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Folha de S.Paulo foi destaque no programa ISFM NEWS desta segunda-feira (16). De acordo com o parlamentar, o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro está condicionado à aprovação do indulto ou anistia àqueles que forem condenados pela tentativa de golpe de Estado no episódio de 8 de janeiro de 2023.
Para o advogado Rodrigo Marsaioli, a declaração de Flávio mais atrapalha do que ajuda. “Na verdade, ele não ajudou em nada o pai. Ele só deixa os ânimos aflorados, piora a situação. Era mais fácil ele ficar quieto”, afirmou. Ainda assim, ele acredita que o ex-presidente pode encontrar caminhos para se manter relevante. “O Bolsonaro é hábil o suficiente, ainda mais se tiver Michel Temer do lado, para fazer as devidas acomodações.”
Questionado sobre as alternativas da direita para 2026, Marsaioli disse que “se nós pegarmos um bom gestor, eu não veria muito problema” e revelou simpatia por um nome específico: “Eu simpatizo com o governador Tarcísio de Freitas porque ele gravita bem na esquerda”. Para ele, a pulverização de candidaturas pode beneficiar o campo progressista: “Não adianta diluir — ele, Caiado e Zema —, porque quem ganha é a esquerda”.
Já a especialista em gestão Lara Mattos considera a fala de Flávio Bolsonaro um gesto de pouca responsabilidade. “Eu acredito que são devaneios do Flávio. Ele pode, sem dúvidas, atrapalhar. Mas como também já não é a primeira, eu acredito que ele também perde credibilidade”, disse.
Ela também alertou para os impactos da instabilidade política no cenário econômico: “A situação é muito mais complicada, inclusive em termos econômicos”.
Segundo Lara, o alerta já foi dado. “Em 2027, a Revista Veja diz que ao enviar o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026 ao Congresso, o Governo admitiu que após as despesas com emendas e complementações, pode faltar dinheiro para gastos discricionários a partir de 2027, paralisando a máquina pública”, afirmou. E concluiu: “Ou seja, nós estamos falando de um viés político, mas o sinal amarelo para a situação econômica já foi aceso há muito tempo”.
Apresentado pelo jornalista Paulo Schiff, o ISFM News é transmitido pela rádio ISFM 100,7, de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30. O programa também pode ser acompanhado pelo canal ISFM no YouTube.
A notícia
O senador Flávio Bolsonaro afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que qualquer candidato que deseje o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2026 deverá assumir o compromisso de conceder indulto ou anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado.
Flávio declarou que, caso Jair Bolsonaro seja condenado, um futuro presidente aliado precisará garantir o cumprimento do perdão, mesmo diante de possíveis resistências do STF. Segundo ele, se o STF rejeitar o indulto, poderá ser necessário recorrer ao “uso da força”. O senador alegou, no entanto, que sua fala não teve tom de ameaça, mas seria apenas uma “análise de cenário”.
“O Bolsonaro não só vai querer apoiar alguém que banque a anistia ou o indulto, mas que seja cumprido”, disse Flávio. Ele argumentou que há risco de adversários políticos acionarem o STF para derrubar um eventual perdão, caso um aliado de seu pai chegue ao Planalto.
Indagado sobre qual deveria ser a reação de um presidente bolsonarista caso o Supremo se oponha a essas medidas, Flávio respondeu que será necessário ter “disposição, de alguma forma, de fazer com que o STF respeite os demais Poderes”.
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