Parlamentar levou bebê de quatro meses ao centro do plenário durante ocupação liderada pela oposição, gerando questionamentos sobre possível exposição a risco

Créditos: reprodução / redes sociais
Na noite de quarta-feira (6/8), a deputada federal Júlia Zanatta (PL‑SC) causou repercussão ao comparecer ao plenário da Câmara dos Deputados com sua filha de apenas quatro meses de idade durante uma ocupação da Mesa Diretora organizada pela oposição.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado Reimont (PT‑RJ), enviou ofício ao Conselho Tutelar de Brasília solicitando apuração de possível exposição indevida da criança a risco, alegando que o ambiente de instabilidade e tensão institucional colocaria em xeque a segurança da bebê.
A denúncia aponta que a presença da criança no plenário poderia configurar violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente, considerando o local um ambiente de risco físico e emocional durante sessões tumultuadas.
Em resposta, Júlia Zanatta classificou a denúncia como um ataque político. Segundo ela, o objetivo da acusação seria impedir o exercício de seu mandato, e não proteger de fato os direitos da criança. Ela ainda relembrou outros episódios semelhantes no Congresso, como o de uma deputada que discursou enquanto amamentava no plenário.
“Estão usando minha filha para criar um fato político. Isso é lamentável”, declarou, acrescentando que atitudes como essa desvalorizam o real debate sobre proteção à infância.
O episódio dividiu opiniões nas redes sociais. Para alguns, a presença da bebê simboliza a luta de muitas mulheres para conciliar maternidade e carreira. Para outros, trata-se de uso político da imagem de uma criança, em um momento de forte tensão institucional.
A denúncia será analisada pelo Conselho Tutelar de Brasília, que irá avaliar se houve ou não violação dos direitos da criança. O caso reacende o debate sobre o espaço das mulheres na política e os limites entre representação, ativismo e responsabilidade parental.